
VI Festival de Wicca e Paganismo Grego

Hécate




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Hécate é uma das deusas Greco-Romanas simultaneamente mais temida e admirada. É uma deusa lunar e encontra-se profundamente ligada ao mundo da magia, do oculto e dos mais profundos segredos. É a divindade das bruxas e simultaneamente vem a este mundo recolher almas para conduzi-las ao reino dos mortos. Trata-se por isso, de uma deusa que faz a ponte entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, entre o nosso mundo físico e o mundo espiritual.
Nos ajuda a desenvolver o nosso sexto sentido, trabalhando nossos dons intuitivos como: manipulação energética, clarividência, clariaudiência e telepatia. O forte culto a essa deidade auxilia em nosso poder interior, para que aprendamos não somente a formular feitiços, mas também a ter sucesso em nossos
intentos. Está nas encruzilhadas, em que oferendas e sacrifícios eram ali colocadas como bodes, cachorros e gatos negros no decurso de ritos de adoração ou feitiçarias. Os gregos situavam postes com máscaras de cada uma de suas cabeças olhando em diferentes direções para que estes tivessem viagens com segurança e proteção, quando adentrassem por estes territórios.
Perante Hécate, todo o respeito é considerado para obter a sua ajuda. Dizem as lendas que ela pode ser vista como uma linda mulher de cabelos negros, como uma velha e formas de um majestoso lobo ou um cão negro.
Permite a operação de tarefas místicas essencialmente através do processo de meditação. Através desse processo em que o silêncio predomina e os nossos sentidos, pensamentos e forças aprofundam-se, é que Hécate residirá abrindo as portas do mundo mágico e oculto. Senhora da Magia, confere o conhecimento dos encantamentos, palavras de poder, poções, rituais e adivinhações para aqueles que a cultuam.
A conexão com Hécate representa um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento ao oculto, desvendar e curar os nossos processos psíquicos, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e morte. Ela nos ensina que o caminho que leva a visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique. Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação. Porém para receber seus dons visionários, criativos ou proféticos, precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando seu poder e lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos sua presença em nós, Hécate nos guiará aos processos psicológicos e espirituais e no eterno ciclo de morte e renovação. Para isso, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, como também encarar e superar medos e limitações. Somente assim, poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para um novo recomeçar.
Mitologia
Segundo Hesíodo, Hécate é filha de Astéria (deusa estelar) e Perses (deus da destruição). Astéria também conhecida por Ortígia é irmã de Leto mãe de Apolo e Ártemis. É filha dos titãs Céos e Febe. Perses é filho do titã Créos e de Euríbia que é filha de Pontos e Gaia. Nesta versão, Hécate descende da geração de Urano, Gaia e Pontos, tornando-se uma Deusa do Céu, da Terra e do Mar.
A avó de Hécate era Febe, uma anciã titã que personificava a Lua. Dizia-se que Hécate era uma reaparição de Febe, portanto uma Deusa Lunar que se manifestava na Lua Escura.
Sempre na companhia de um cão específico negro e grande, em tempos passados esse cão fora Hécuba, mulher do rei Príamo de Tróia, pai de Heitor e Alexandre ou Páris e também Polidomus o filho mais novo do casal que Hécuba encontrou esfaqueado ainda bebê pelo rei da Trácia em uma das invasões à Tróia. Em raiva a rainha matou o assassino e atirou-se da torre da cidade das muralhas douradas. No entanto, os Deuses tiveram compaixão com a mesma e antes que tivesse atingido o chão, transformaram-na no cão que imediatamente Hécate adotou.
Permanece muito misteriosa, caracterizada mais por suas funções e atributos que lendas em que intervém. É, portanto, independente das divindades do Olimpo. Zeus conservou seus privilégios antigos e inclusive os aumentou.
São estas as características e atributos de Hécate na época antiga: Concedia a prosperidade material, o dom da eloquência na política, a vitória nas batalhas e nos jogos. Proporcionava peixes abundantes aos pescadores e fazia prosperar ou definhar o gado conforme a sua vontade.
Seus privilégios estendiam-se a todos os campos ao invés de ficarem limitados a alguns aspectos como acontece no geral com a maioria das divindades. É igualmente uma deusa protetora das crianças, enfermeira e curandeira de jovens e mulheres. Medéia é a sua sacerdotisa e sempre está no altar da deusa em suas invocações. Está presente na história de Jasão e o Velocino de Ouro em que ela se apaixona por ele, ajudando-o a vencer o dragão que vigiava o poderoso troféu, no caso o próprio Velocino.
Vista somente pelos cães, cujo latido indicava sua aproximação, Hécate nestes passeios estava sempre acompanhada pelo seu séquito de espectros, dentre eles Empusa.
Hécate uniu-se primeiramente com Fórcis e foi mãe do monstro Cila e depois com Aestes a quem gerou a feiticeira Circe. Em outros mitos, Cila era uma ninfa que foi transformada por Circe num monstro marinho.




Não era na origem uma divindade infernal, mas tendo emprestado uns disfarces a Europa, facilitando assim os amores de Zeus, tornou-se odiosa a Hera e foi obrigada para evitar uma perseguição a ocultar-se num lençol, tornando-a impura. As cabiras por ordem de Zeus purificaram-na no Aqueronte e desse modo, tornou-se a deusa do submundo.
Nos mitos, seu papel fora sempre secundário. Participou da Gigantomaquia ao lado de Zeus, matando com as suas tochas flamejantes o gigante Clítio. A Gigantomaquia era denominada a luta contra os gigantes e começou assim que eles foram criados. Começaram a alvejar o Olimpo com grandes árvores em chamas e rochedos enormes. Zeus ajudado por seus irmãos, irmãs e filhos divinos enfrentou-os e acabou por vencê-los. Consta que além destes, diversas divindades pré-olímpicas antigas lutaram ao seu lado. O principal mortal foi seu filho Héracles, pois isto ocorreu antes da sua apoteose.
Auxiliou Deméter na procura da sua filha Coré quando fora raptada por Hades. Combateu Héracles quando ele tentou enfrentar Cérbero, seu cão de companhia, como uma das doze tarefas que o herói teve que cumprir após ter matado a sua esposa e filho, dominado pela loucura que Hera lançou ao mesmo por ter descoberto que Héracles era fruto do relacionamento de Zeus com Alcmena.